Muito já se tem dito a respeito do funcionamento da Justiça em nosso País, dos seus problemas, das suas virtudes e como Ela se apresenta no seio da sociedade brasileira. Todavia, o assunto ainda não foi plenamente esgotado e, mesmo que o tivesse sido, não seria por demais relembrar certos aspectos que impedem o seu desenvolvimento pleno. Diante de tudo isso, nos faz lembrar uma passagem Bíblica onde Jesus perguntou aos seus discípulos: “Quem diz a multidão que eu sou?” E eles disseram: “Falam que o Senhor é Elias, João Batista e outros acham que o Senhor é um dos profetas que ressuscitou”. E mais adiante lhes disse: “E vós, quem dizeis que eu sou?” E Pedro se adiantou para dizer” O Cristo de Deus” (Lucas 9: 18,19 e 20). O sentido que se quer emprestar ao caso vertente, diz respeito, por um lado, a que pensam os advogados, juízes, promotores e serventuários sobre o funcionamento da Justiça em todo o País, e, por outro lado, qual visão a respeito é colhida junto à sociedade como um todo.
Na verdade, se as pessoas honradas que militam na Justiça vêm demonstrando ao longo do tempo todo o seu inconformismo com essa situação vexatória, cujo quadro se arrasta por anos seguidos, o que vem causando sérios constrangimentos, aborrecimentos e desestímulo, face o péssimo serviço dispensado ao cidadão, o que se dizer então do pensamento da sociedade que, não tendo mais a quem recorrer, vê seus problemas sem solução, com a prevalência da injustiça institucionalizada? Certamente que há um misto de indignação, incerteza e descrença no Estado União como ente organizado, onde nada dá certo, nem mesmo a Justiça como Poder.