Estamos vivendo um ano de várias eleições, mal acaba uma
começa outra, desta feita são as eleições para Diretores da Ordem dos Advogados
do Brasil, a qual deverá ocorrer no próximo dia 21.11.2018, quando serão eleitos
as Diretorias e membros dos Conselhos Seccionais; os membros do Conselho
Federal; e as Diretorias dos Subseções. Daí porque, há de se observar as
qualidades dos integrantes das chapas concorrentes, a fim de se aquilatar o
nível de comprometimento de quem postula representar a classe dos advogados e a
Instituição mais confiável e respeitável pela sociedade civil, face o seu papel
constitucional de guardiã da ordem jurídica constituída, do estado democrático
de direito e de ser indispensável a administração da Justiça.
Notadamente que, diante da imensa responsabilidade que tem,
há de se exigir uma qualificação especial, não só dos concorrentes aos diversos
cargos, mas também dos eleitores que irão escolher os novos dirigentes da
Instituição. Portanto, não é fácil ser um representante da OAB, uma vez que
quem assim o faz deve ter a consciência de que cada profissional do direito é
um líder dentro da sua “banca de advogado” e dentro da própria sociedade em que
exerce sua influência. Ademais, além desses aspectos, é preciso que se saiba
que quem está investido de representante da Ordem dos Advogados não fala por si
ou de se mesmo, mas como se fosse a própria Instituição, de tal forma que há
momentos que sua imagem se confunde com o da Ordem. E foi por esse motivo que o
saudoso Prof. Arx Tourinho assim se manifestou: “Quem se dispuser a ocupar um
cargo de dirigente da OAB, saiba que vai contrariar interesses e adquirir
desafetos”. E é por isso que nossos dirigentes gozam do respeito e recebem o
apoio de todos os Advogados nos embates diários em nome da Instituição.
Seguramente que ao Advogado compete agir com a dignidade da
sua profissão, não lhe sendo permitido agir como uma pessoa comum, ainda que
comum ele seja, mas atento aos valores de uma
“advocacia livre e independente”, o que implica em dizer que ele deve manter-se
sempre digno, honrado, probo, de caráter ilibado, ético, decente, humilde sem
ser subserviente, respeitoso e que jamais se curve perante a injustiça e aos chamados
“poderosos”. Essa é a figura de um verdadeiro advogado, cujos princípios
devem distingui-los daqueles que, eventualmente, não se portam dessa maneira. Todos
sabem que a Ordem não compactua com expedientes nefastos aos bons costumes e ao
meio jurídico, de forma que, do mesmo jeito que protege e vai até às últimas
consequências na defesa dos Advogados, está sempre pronta a coibir eventuais
abusos dos seus filiados.
Em suma, vale lembrar que nenhum dirigente da Ordem dos
Advogados recebe salário ou qualquer outra forma de recompensa econômica, de
forma que todos prestam um nobilitante serviço à Instituição e à própria
sociedade, sem receber qualquer pagamento. E vejam que são inúmeras as tarefas
a serem desempenhadas, como viagens para tratar dos assuntos administrativos,
defesa das prerrogativas dos Advogados, e os embates contra maus profissionais
da área jurídica. Então, alguém há de perquirir: “o que move indivíduos a se
sacrificarem tanto, ocupando cargos que não lhes dão nenhum rendimento, senão, muitas
vezes, sérios aborrecimentos? Certamente que são pessoas comprometidas com
valores e que estão sempre dispostas a lutar por uma sociedade mais justa.
Dr. Adilson Miranda de Oliveira,
é advogado, Procurador de Prerrogativas da OAB-Subseção de Ibicaraí, Presidente
da Comissão de Direitos Humanos e Tesoureiro.