Poucas pessoas se lembram do
que era o cultivo do cacau para todo o sul da Bahia, com sua riqueza pujante e
responsável pela geração de quase 500.000 empregos diretos e, consequentemente,
como mentor de uma economia que gerava impostos significativos, sendo até
responsável pelo desenvolvimento de outras regiões do Estado, inclusive, por
ter financiado a implantação do Polo Industrial de Aratu, introdução da cultura
em outros estados do Brasil, sem se falar no peso que o mesmo exercia na
balança comercial do País com a exportação de quase a totalidade da produção.
Aliado a tudo isso, foi que
surgiu inicialmente o ICB – Instituto de Cacau da Bahia, financiado com 5% de
toda a receita do cacau; depois a CEPLAC, abocanhando em torno de 10% da mesma
receita, esta com a proposta de recuperação da lavoura cacaueira, numa época em
que houve um declínio da produção, face a ausência absoluta da presença do
Estado na região, com investimentos e políticas públicas, e, diante da falta de
renovação e de assistência técnica para a lavoura.
Pois bem, foi aí que surgiu a
UESC, antiga FESP, que é a Universidade Estadual de Santa Cruz, construída com
recursos exclusivos do cacau, face o abandono por que sempre viveu essa Região,
enquanto que em outras regiões o Estado construiu diversos campus com recursos do erário público. Assim, enquanto outras
regiões pobres do Estado se desenvolvia com recursos vindo do Governo, a Região
do cacau só tinha alguma coisa se fizesse por conta própria, inclusive as
rodovias, inicialmente feitas pelo ICB e pela SULBA – Viação Sul Baiana, de
forma que somente em 1956 foi que chegou o primeiro asfalto na Região, quando
se pavimentou a rodovia Ilhéus-Itabuna; energia elétrica só depois da
construção da barragem do FUNIL em Ubatã, depois de 1960; televisão só depois
de 1968, assim mesmo de forma rudimentar; telefone só depois de 1970, assim
mesmo a pessoa tinha que financiar o sistema, comprando enganadamente as ações
da TELEBAHIA. E assim foram todas as conquistas da Região do Cacau, tanto que
houve nos anos 70 um movimento separatista que desejava criar o “ESTADO DE
SANTA CRUZ”, tamanho era o descaso do Governo frente aos interesses dessa
Região.
Não bastasse tudo isso, a
Região do Cacau ainda padeceu e ainda padece, da sanha “maligna” de alguns
políticos carreiristas, os quais, pelo que se sabe, tiveram a ideia de
introduzir na lavoura a tão devastadora “vassoura de bruxa”, com o propósito
“miserável” de empobrecer os antigos chamados “Coronéis do Cacau”, gerando com
isso a maior catástrofe que a lavoura do cacau teve que enfrentar, porque agora
não se tinha mais produção, pois o endividamento, a pobreza e a miséria tomaram
conta de todos, a ponto de muitos produtores preferirem o suicídio a contemplar
o desastre que aconteceu.
Vítimas de tamanha maldade, aí
se apresentam os trabalhadores rurais e os agricultores, agora nivelados na
plena miséria, abandonando as fazendas e indo inchar os bolsões de pobreza das
cidades, muitos indo morar em casas feitas de papelões, cujos filhos se
enveredaram pela criminalidade, face a ausência absoluta de oportunidades na
vida. E aqueles políticos,“mensageiros do inferno”, o que será que aconteceu
com eles? Certamente que estão por aí desfrutando dos impostos pagos pelo povo,
sem o mínimo de decência, sem ter consciência de sua culpabilidade, pois essa
“gente” não tem sentimentos e agora aparece de novo pedindo o voto do povo que
eles mesmos se incumbiram de arruinar.
Certamente que nunca mais
teremos o cacau produtivo, e só resta a essa Região “ressurgir das cinzas”,
mas, sem votar nos “criminosos” que destruíram a riqueza e as vidas das pessoas
dessa Região, já que não podemos metê-los no xadrez. Pagamos um preço alto
demais com a introdução da “vassoura de bruxa” na Região do Cacau e não sabemos
até onde vão os seus efeitos nefastos. A população dessa Região continua sendo
tratada pelos governantes Estadual e Federal como se ainda rica fosse. Tudo
para a Região do Cacau é difícil de acontecer. Assim, o povo gostaria de ter o
mínimo de atenção para a segurança pública, educação que valorizasse os
profissionais, atendimento à saúde em momentos de desespero, e empregos para os
nossos jovens. Certamente que isso não é pedir demais. NÃO VOTE EM QUEM JÁ DEMONSTROU SER INFIEL!
Dr. Adilson Miranda de
Oliveira, advogado, presidente das Comissões de Direitos Humanos, e de Direito
e Prerrogativas da OAB-Ibicaraí, e Vice Presidente da Associação dos Advogados
da Bahia.
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