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terça-feira, 26 de agosto de 2014

A FALÊNCIA DO CACAU E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Poucas pessoas se lembram do que era o cultivo do cacau para todo o sul da Bahia, com sua riqueza pujante e responsável pela geração de quase 500.000 empregos diretos e, consequentemente, como mentor de uma economia que gerava impostos significativos, sendo até responsável pelo desenvolvimento de outras regiões do Estado, inclusive, por ter financiado a implantação do Polo Industrial de Aratu, introdução da cultura em outros estados do Brasil, sem se falar no peso que o mesmo exercia na balança comercial do País com a exportação de quase a totalidade da produção.
Aliado a tudo isso, foi que surgiu inicialmente o ICB – Instituto de Cacau da Bahia, financiado com 5% de toda a receita do cacau; depois a CEPLAC, abocanhando em torno de 10% da mesma receita, esta com a proposta de recuperação da lavoura cacaueira, numa época em que houve um declínio da produção, face a ausência absoluta da presença do Estado na região, com investimentos e políticas públicas, e, diante da falta de renovação e de assistência técnica para a lavoura.
Pois bem, foi aí que surgiu a UESC, antiga FESP, que é a Universidade Estadual de Santa Cruz, construída com recursos exclusivos do cacau, face o abandono por que sempre viveu essa Região, enquanto que em outras regiões o Estado construiu diversos campus com recursos do erário público. Assim, enquanto outras regiões pobres do Estado se desenvolvia com recursos vindo do Governo, a Região do cacau só tinha alguma coisa se fizesse por conta própria, inclusive as rodovias, inicialmente feitas pelo ICB e pela SULBA – Viação Sul Baiana, de forma que somente em 1956 foi que chegou o primeiro asfalto na Região, quando se pavimentou a rodovia Ilhéus-Itabuna; energia elétrica só depois da construção da barragem do FUNIL em Ubatã, depois de 1960; televisão só depois de 1968, assim mesmo de forma rudimentar; telefone só depois de 1970, assim mesmo a pessoa tinha que financiar o sistema, comprando enganadamente as ações da TELEBAHIA. E assim foram todas as conquistas da Região do Cacau, tanto que houve nos anos 70 um movimento separatista que desejava criar o “ESTADO DE SANTA CRUZ”, tamanho era o descaso do Governo frente aos interesses dessa Região.
Não bastasse tudo isso, a Região do Cacau ainda padeceu e ainda padece, da sanha “maligna” de alguns políticos carreiristas, os quais, pelo que se sabe, tiveram a ideia de introduzir na lavoura a tão devastadora “vassoura de bruxa”, com o propósito “miserável” de empobrecer os antigos chamados “Coronéis do Cacau”, gerando com isso a maior catástrofe que a lavoura do cacau teve que enfrentar, porque agora não se tinha mais produção, pois o endividamento, a pobreza e a miséria tomaram conta de todos, a ponto de muitos produtores preferirem o suicídio a contemplar o desastre que aconteceu.
Vítimas de tamanha maldade, aí se apresentam os trabalhadores rurais e os agricultores, agora nivelados na plena miséria, abandonando as fazendas e indo inchar os bolsões de pobreza das cidades, muitos indo morar em casas feitas de papelões, cujos filhos se enveredaram pela criminalidade, face a ausência absoluta de oportunidades na vida. E aqueles políticos,“mensageiros do inferno”, o que será que aconteceu com eles? Certamente que estão por aí desfrutando dos impostos pagos pelo povo, sem o mínimo de decência, sem ter consciência de sua culpabilidade, pois essa “gente” não tem sentimentos e agora aparece de novo pedindo o voto do povo que eles mesmos se incumbiram de arruinar.

Certamente que nunca mais teremos o cacau produtivo, e só resta a essa Região “ressurgir das cinzas”, mas, sem votar nos “criminosos” que destruíram a riqueza e as vidas das pessoas dessa Região, já que não podemos metê-los no xadrez. Pagamos um preço alto demais com a introdução da “vassoura de bruxa” na Região do Cacau e não sabemos até onde vão os seus efeitos nefastos. A população dessa Região continua sendo tratada pelos governantes Estadual e Federal como se ainda rica fosse. Tudo para a Região do Cacau é difícil de acontecer. Assim, o povo gostaria de ter o mínimo de atenção para a segurança pública, educação que valorizasse os profissionais, atendimento à saúde em momentos de desespero, e empregos para os nossos jovens. Certamente que isso não é pedir demais. NÃO VOTE EM QUEM JÁ DEMONSTROU SER INFIEL!

Dr. Adilson Miranda de Oliveira, advogado, presidente das Comissões de Direitos Humanos, e de Direito e Prerrogativas da OAB-Ibicaraí, e Vice Presidente da Associação dos Advogados da Bahia.

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