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terça-feira, 20 de outubro de 2015

ADVOGADOS DE NOTÁVEL SABER JURÍDICO


Arx da Costa Tourinho

O tema ora proposto nos remete ao reconhecimento de profissionais do Direito que se destacaram e ou se destacam em uma profissão que se caracteriza pelo profundo conhecimento dos problemas humanos e pela efetivação continuada da ciência jurídica, sempre na construção de teses para a elucidação do reconhecimento e consumação da JUSTIÇA. Profissionais dessa “estirpe”, induvidosamente, se torna cada vez mais rara, na medida em que os mecanismos da modernidade praticamente impedem os novos profissionais de pensar o direito como lógica a se buscar, na busca de uma aproximação cada vez maior do sentido de justiça, dando preferência à praticidade estéril e sem a experimentação laboratorial de um trabalho científico.
Com efeito, é inegável que estamos vivenciando um momento de extrema cegueira intelectual motivada por inovações introduzidas, se por um lado, em razão do avanço das tecnologias, estas utilizadas de forma desmedida em todas as atividades dos seguimentos sociais; por outro, tendo como mentor  a intromissão indevida de movimentos políticos espúrios que se sentem no direito de criar mecanismos para dominar tudo e a todos, para introduzir na sociedade projetos políticos, cujas ideologias eles próprios não são capazes de seguir.
Pois bem, diante de todos esses fundamentos, dá para se perceber que a notabilidade do saber jurídico está cedendo lugar à mediocridade e ao oportunismo, estes sempre estribados no interesse individual, em detrimento do sentimento coletivo, principalmente, na direção de uma consciência do que seja a verdadeira justiça. Assim, como não se homenagear  ícones do direito que foram sentinelas da Ordem Jurídica, com a exposição de suas teses interpretativas da Ciência do Direito em todos os níveis da atividade pública, tanto nos tribunais como na política, as quais livraram o nosso povo de se enveredar por caminhos tortuosos? Veja-se, portanto, que essas ações não ocorriam aleatoriamente, mas fundadas em um pensamento científico que nascia dos embates travados nas academias, nos tribunais e no mundo político. Tratavam-se de fundamentos postos em todos os níveis, com resultados efetivos que extrapolavam o ambiente onde os mesmos se davam, servindo de parâmetros para que neles a sociedade se espelhasse, formando opiniões e homens dignos em seu mundo de influência.
Contrariamente a tudo isso, o que se vê no momento é uma advocacia de internet, em que o profissional tem preguiça de pensar o direito, agindo como se possuísse um carimbo na mão para tudo, bastando que se adapte o caso concreto ao tipo ali descrito. De igual, modo assim se comporta o julgador, tem preguiça de ler e de pesquisar para formar o seu convencimento, decidindo simploriamente sobre a vida das pessoas sem ter a certeza de que aquela é a medida mais adequada. Pecam nesse sentido as escolas, que incutem na cabeça dos estudantes ideias novas que substituem os livros pelo computador para nele buscar todas as respostas, para todos os problemas.

Por fim, temos uma sociedade vulnerável a qualquer coisa que se diga e dependente da internet. Temos legisladores que não sabem sequer falar direito, quanto mais desenvolver um pensamento; mas são eles que estão deformando as nossas leis. Temos governantes que desprezam o estudo acadêmico de verdade, preferindo macular uma falsa intelectualidade através de fornecimento de diplomas, cujos profissionais são praticamente analfabetos e não se sentem aptos a exercer suas atividades; tudo para fornecer números positivos aos organismos internacionais. Temos uma imprensa que não se encontra comprometida com os interesses do povo, mas curvada aos detentores do poder. Daí porque, é preciso pensar, sem pressa e com a devida técnica, à exemplo dos grandes nomes como: Rui Barbosa, Otávio Mangabeira, Josaphat Marinho, Arx Tourinho, J. J. Calmon de Passos, Francolino Neto, Sadala Maron, Thomas Bacellar e tantos outros notáveis, inclusive, alguns que viveram e ainda vivem em nossas cidades do interior. Esses homens deram e outros ainda dão uma inegável contribuição para a melhoria de vida da sociedade, valendo-se, inquestionavelmente, do seu inegável saber jurídico e exemplo de homem probo.

Dr. Adilson Miranda de Oliveira, advogado, presidente das Comissões de Direitos Humanos, e de Direito e Prerrogativas da OAB-Ibicaraí, e Vice Presidente da Associação dos Advogados da Bahia