Sabemos que um povo só pode
ser considerado desenvolvido e civilizado quando aferimos o nível de educação
por ele conquistado. Certamente que para isso são envidados muitos esforços da
população, com o direcionamento de políticas públicas sérias, na base dos
valores morais e éticos da sociedade, os quais são inegociáveis, por serem um
bem coletivo e servirem para a consecução da consciência de uma nação.
Seguramente, que os
investimentos econômicos na educação fazem a diferença, todavia, nem sempre o
volume de recursos disponibilizados nessa direção tem o condão de resolver o
problema hoje existente, na medida em que tais recursos são mal aplicados. Na
verdade, é preciso atacar diversas vertentes, que vai desde as campanhas de
conscientização do povo, com a sedimentação de princípios e valores domésticos,
e aí está o principal problema da sociedade, até a valorização efetiva do
profissional da educação, a qual, não passa apenas pelo aumento de salários e
melhores condições de trabalho do professor, mas, e principalmente, pala reconstrução
da sua autoestima, e que lhe devolva a satisfação pessoal de transmitir o
conteúdo de sua matéria, para ver então que valeu a pena todo o seu esforço;
porque houve a receptividade por parte dos alunos, com inegáveis proveitos para
ele e para toda a sociedade.
Pois bem, a ausência
desses fundamentos nos remete a uma triste constatação, qual seja: que a falta
de educação nos envergonha, nos entristece e nos conduz a dias pouco
confortáveis, já que não se sabe até onde vai o desrespeito às autoridades, às
instituições da República, e mesmo à pessoa humana. Nota-se, portanto, que a
brutalidade, a corrupção, a violência em todos os sentidos, a discriminação,
inclusive, aquela contida na Lei que diferencia pessoas pela cor da pele, ou
pela raça, pelo sexo, ou ainda pelo seu poder econômico, são fatores que
revelam a existência na sociedade da tirania, dos preconceitos e dos erros,
características próprias dos povos subdesenvolvidos.
O que mais impressiona
é o fato de que até pessoas bem sucedidas estão entrando no mundo dos
deseducados, principalmente quando estão dirigindo um carro ou uma moto. Mais
parece que estamos na Índia, onde o trânsito não tem ordem, mas lá todos se
entendem e não querem afrontar uns aos outros. Aqui no Brasil a coisa é
bastante séria, com xingamentos, afrontas à pessoa, desejo de causar prejuízo
aos outros e tantas outras manifestações animalescas, de forma que muitas
pessoas se sentem intimidadas a dirigir um veículo, tamanha é a falta de
educação que se ver a todo o instante. Viver em sociedade assim implica em um
preparo emocional e psicológico capaz de propiciar o enfrentamento dos
constantes riscos.
Daí porque, a
retomada desse tema se apresenta como um alerta, ou melhor, um convite à
reflexão sobre a matéria, para que possamos ver onde podemos contribuir para
que o nosso povo volte às origens, quando, sem letras e muitos ainda
analfabetos, dotavam seus familiares de sentimentos e valores morais e éticos,
os quais eram capazes de impulsioná-los para uma vida inteira. Raramente eram
os que se perdiam, isto porque, era um orgulho para a pessoa dizer que tinha
aprendido com seus pais serem honrados e não enganar a ninguém. A palavra dada
era o que valia, porque na “cara” do indivíduo estava estampada a firmeza do
seu caráter. Concluindo, pode-se afirmar que a escola instrui e forma o homem,
mas quem educa é a família com a introdução de valores, e não o governo com sua
intromissão indesejada.
Dr. Adilson Miranda de Oliveira, advogado, presidente das Comissões de Direitos Humanos, e de Direito e Prerrogativas da OAB-Ibicaraí, e Vice Presidente da Associação dos Advogados da Bahia.
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