As
questões vivenciadas no momento pelo povo brasileiro têm como fundamento,
fatores internos e externos ao sistema, dando-se a impressão que tudo contra
ela milita, desde a ausência de responsabilidade primária por parte da família,
até os equívocos perpetrados pelas políticas públicas de governos dissociados
dos reais interesses da sociedade, numa orquestração insana que visa adequar ou
mudar nossos valores e costumes a paradigmas dos quais estamos dissociados por
diversas razões.
Nessa
linha de entendimento, todos se sentem habilitados a opinar sobre o tema,
dentre os quais pseudo-educadores, sem que jamais tivessem educado sequer seus
filhos. Ora, quem deu a essa gente autoridade para mudar comportamentos e políticas
educacionais sedimentados ao longo de centenas de anos? Certamente que são
pessoas descompromissadas com o futuro do nosso povo, ou estão a serviço de
interesses pessoais inconfessáveis. Seguramente que não visam a melhoria do
sistema educacional, dentre eles, a valorização do professor, da escola, dos
alunos e, muito menos da família.
Induvidosamente,
estamos diante de um quadro sobre o qual se pode dizer que “todos estão contra
a educação”, pois nada se faz para que haja uma verdadeira preparação dos
estudantes, a permitir que eles se comportem como quem deseje efetivamente
aprender alguma coisa. E o que se dizer da base familiar, tão “bombardeada” por
veiculação de propagandas na grande mídia, que introduz irresponsavelmente
mensagens com o objetivo de induzir as pessoas a terem atitudes diferentes
daquelas em que foram criadas.
Daí
porque chega-se à conclusão, segundo a qual, “todos estão contra a educação”,
seja ela no lar, seja ela na escola, seja ela em todo o sistema, público ou
privado. Até as medidas de governo trafegam pela contramão dos interesses
sociais, quando criam leis injustas que desigualam professores, priorizam
programas escolares que deseducam mais do que ensinam; gastam mais recursos da
educação com contratações sob o regime jurídico de direito administrativo, os
tais “REDA” e “PST”, violando o concurso público; do que com os professores que
se submeteram às exigências legais. Em suma, a máquina do sistema educacional é
super cara, pesada, submissa e excessivamente burocrática, de tal forma que não
consegue ensinar como gostaria, e submete seus agentes, muitas vezes, a
situações deveras constrangedoras. Trata-se de um sistema comprovadamente
viciado e que merece a atenção de todos, na medida em que estamos formando
pessoas desqualificadas para ocupar setores importantes da vida nacional, com
resultados desastrosos, como os que ora observamos na mídia, onde valores foram
desprezados em nome de uma proposta nova que é da desonestidade, da falta de caráter,
do “primeiro eu, depois eu de novo”. Ainda há tempo de se consertar tudo, basta
que o povo assuma o controle do seu destino, afastando da atividade pública
gestores que se caracterizaram pela indignidade.
Dr. Adilson Miranda de
Oliveira, advogado, presidente das Comissões de Direitos Humanos, e de Direito
e Prerrogativas da OAB-Ibicaraí, e Vice Presidente da Associação dos Advogados
da Bahia.