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terça-feira, 31 de outubro de 2017

TUDO CONTRA A EDUCAÇÃO

As questões vivenciadas no momento pelo povo brasileiro têm como fundamento, fatores internos e externos ao sistema, dando-se a impressão que tudo contra ela milita, desde a ausência de responsabilidade primária por parte da família, até os equívocos perpetrados pelas políticas públicas de governos dissociados dos reais interesses da sociedade, numa orquestração insana que visa adequar ou mudar nossos valores e costumes a paradigmas dos quais estamos dissociados por diversas razões.
Nessa linha de entendimento, todos se sentem habilitados a opinar sobre o tema, dentre os quais pseudo-educadores, sem que jamais tivessem educado sequer seus filhos. Ora, quem deu a essa gente autoridade para mudar comportamentos e políticas educacionais sedimentados ao longo de centenas de anos? Certamente que são pessoas descompromissadas com o futuro do nosso povo, ou estão a serviço de interesses pessoais inconfessáveis. Seguramente que não visam a melhoria do sistema educacional, dentre eles, a valorização do professor, da escola, dos alunos e, muito menos da família.
Induvidosamente, estamos diante de um quadro sobre o qual se pode dizer que “todos estão contra a educação”, pois nada se faz para que haja uma verdadeira preparação dos estudantes, a permitir que eles se comportem como quem deseje efetivamente aprender alguma coisa. E o que se dizer da base familiar, tão “bombardeada” por veiculação de propagandas na grande mídia, que introduz irresponsavelmente mensagens com o objetivo de induzir as pessoas a terem atitudes diferentes daquelas em que foram criadas.

Daí porque chega-se à conclusão, segundo a qual, “todos estão contra a educação”, seja ela no lar, seja ela na escola, seja ela em todo o sistema, público ou privado. Até as medidas de governo trafegam pela contramão dos interesses sociais, quando criam leis injustas que desigualam professores, priorizam programas escolares que deseducam mais do que ensinam; gastam mais recursos da educação com contratações sob o regime jurídico de direito administrativo, os tais “REDA” e “PST”, violando o concurso público; do que com os professores que se submeteram às exigências legais. Em suma, a máquina do sistema educacional é super cara, pesada, submissa e excessivamente burocrática, de tal forma que não consegue ensinar como gostaria, e submete seus agentes, muitas vezes, a situações deveras constrangedoras. Trata-se de um sistema comprovadamente viciado e que merece a atenção de todos, na medida em que estamos formando pessoas desqualificadas para ocupar setores importantes da vida nacional, com resultados desastrosos, como os que ora observamos na mídia, onde valores foram desprezados em nome de uma proposta nova que é da desonestidade, da falta de caráter, do “primeiro eu, depois eu de novo”. Ainda há tempo de se consertar tudo, basta que o povo assuma o controle do seu destino, afastando da atividade pública gestores que se caracterizaram pela indignidade.

Dr. Adilson Miranda de Oliveira, advogado, presidente das Comissões de Direitos Humanos, e de Direito e Prerrogativas da OAB-Ibicaraí, e Vice Presidente da Associação dos Advogados da Bahia.