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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A FALTA DE EDUCAÇÃO NOS ENVERGONHA

Sabemos que um povo só pode ser considerado desenvolvido e civilizado quando aferimos o nível de educação por ele conquistado. Certamente que para isso são envidados muitos esforços da população, com o direcionamento de políticas públicas sérias, na base dos valores morais e éticos da sociedade, os quais são inegociáveis, por serem um bem coletivo e servirem para a consecução da consciência de uma nação.

Seguramente, que os investimentos econômicos na educação fazem a diferença, todavia, nem sempre o volume de recursos disponibilizados nessa direção tem o condão de resolver o problema hoje existente, na medida em que tais recursos são mal aplicados. Na verdade, é preciso atacar diversas vertentes, que vai desde as campanhas de conscientização do povo, com a sedimentação de princípios e valores domésticos, e aí está o principal problema da sociedade, até a valorização efetiva do profissional da educação, a qual, não passa apenas pelo aumento de salários e melhores condições de trabalho do professor, mas, e principalmente, pala reconstrução da sua autoestima, e que lhe devolva a satisfação pessoal de transmitir o conteúdo de sua matéria, para ver então que valeu a pena todo o seu esforço; porque houve a receptividade por parte dos alunos, com inegáveis proveitos para ele e para toda a sociedade.

Pois bem, a ausência desses fundamentos nos remete a uma triste constatação, qual seja: que a falta de educação nos envergonha, nos entristece e nos conduz a dias pouco confortáveis, já que não se sabe até onde vai o desrespeito às autoridades, às instituições da República, e mesmo à pessoa humana. Nota-se, portanto, que a brutalidade, a corrupção, a violência em todos os sentidos, a discriminação, inclusive, aquela contida na Lei que diferencia pessoas pela cor da pele, ou pela raça, pelo sexo, ou ainda pelo seu poder econômico, são fatores que revelam a existência na sociedade da tirania, dos preconceitos e dos erros, características próprias dos povos subdesenvolvidos.

O que mais impressiona é o fato de que até pessoas bem sucedidas estão entrando no mundo dos deseducados, principalmente quando estão dirigindo um carro ou uma moto. Mais parece que estamos na Índia, onde o trânsito não tem ordem, mas lá todos se entendem e não querem afrontar uns aos outros. Aqui no Brasil a coisa é bastante séria, com xingamentos, afrontas à pessoa, desejo de causar prejuízo aos outros e tantas outras manifestações animalescas, de forma que muitas pessoas se sentem intimidadas a dirigir um veículo, tamanha é a falta de educação que se ver a todo o instante. Viver em sociedade assim implica em um preparo emocional e psicológico capaz de propiciar o enfrentamento dos constantes riscos.

Daí porque, a retomada desse tema se apresenta como um alerta, ou melhor, um convite à reflexão sobre a matéria, para que possamos ver onde podemos contribuir para que o nosso povo volte às origens, quando, sem letras e muitos ainda analfabetos, dotavam seus familiares de sentimentos e valores morais e éticos, os quais eram capazes de impulsioná-los para uma vida inteira. Raramente eram os que se perdiam, isto porque, era um orgulho para a pessoa dizer que tinha aprendido com seus pais serem honrados e não enganar a ninguém. A palavra dada era o que valia, porque na “cara” do indivíduo estava estampada a firmeza do seu caráter. Concluindo, pode-se afirmar que a escola instrui e forma o homem, mas quem educa é a família com a introdução de valores, e não o governo com sua intromissão indesejada.

Dr. Adilson Miranda de Oliveira, advogado, presidente das Comissões de Direitos Humanos, e de Direito e Prerrogativas da OAB-Ibicaraí, e Vice Presidente da Associação dos Advogados da Bahia.