Acompanhe nosso blog

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

FALÊNCIA DO SISTEMA PRISIONAL E A MENTIRA

O povo brasileiro viveu sempre enganado, quer no tocante aos fatos históricos, quer com as informações dadas ao longo do tempo pelos seus governantes e ou autoridades, o que revela uma espécie de engodo e de “malandragem oficializada”, na medida em que a verdade nunca foi contada em toda a sua essência. Todos, igualmente, se especializaram na mentira, ludibriando a consciência da sociedade, na maioria das vezes se valendo da grande mídia para disseminar tão somente aquilo que lhe interessava.
                      Com efeito, assim aconteceu com o descobrimento do Brasil, quando o mundo já sabia de sua existência, principalmente Portugal que já tinha aqui um seu “embaixador” Diogo Alvares Correia, o Caramuru; a carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal, dando conta da ocupação, a qual foi levada por uma embarcação como se já conhecesse a estrada; o Tratado de Tordesilhas, com sua linha imaginária perfeita que dividiu a América do Sul os povos do Pacífico e do Atlântico; o reinado de D. Pedro II, com cinco anos de idade e com o chamado “Golpe da Maioridade”, que culminou na sua coroação antecipada, feita por seus regentes, em 18 de julho de 1841, quando ele tinha apenas 15 anos de idade, a independência do Brasil, com todas as suas encenações fantasiosas, quando o País só ficou livre mesmo no ano seguinte, ou seja, em 02 de julho de 1823; as mortes dos presidentes Getúlio Vargas, João Goulart, Castelo Branco, Juscelino Kubitschek e do Deputado Ulisses Guimarães, as quais jamais se soube o que aconteceu de verdade; as mortes de Joana Angélica e Maria Quitéria, com os efeitos delas resultlantes; as prestações dos gastos públicos, sem a clareza devida para esconder as mordomias e as corrupções; a vida das pessoas nas favelas, periferias das grandes cidades e dentro dos presídios do País, onde o Estado não se faz respeitar com sua presença; além de tantos outros fatos que são e que sempre foram escondidos da sociedade.
                        Na verdade, diante da vastidão de mentiras perpetradas por essa gente e, face os últimos acontecimentos que assustaram a Nação, vamos nos ocupar apenas em falar do que ocorre dentro dos sistemas prisionais do Brasil por conta da incompetência da vaidade e da corrupção, começando desde as simples delegacias de polícias do interior, até chegar aos chamados grandes presídios e aos “presídios de segurança máxima”, para dizer que não há falta de recursos, que a polícia sabe muito bem como controlar a situação e que tudo isso ocorre por conta da VAIDADE E DA INCOMPETÊNCIA daqueles que são guindados a ocupar cargos relevantes dentro do Sistema de Segurança Pública, os quais não tem independência para agir, pois ali foram colocados para servirem aos interesses inconfessáveis dos políticos. Hoje o indivíduo que comete simples delitos ou que for preso porque atrasou ou não pagou uma pensão alimentícia, ao sair da prisão dela jamais fica livre, pois as facções criminosas o cadastra em seus registros e ele passa a obedecer às ordens do bandido dentro e fora da prisão. Isso porque, quando detido é colocado entre os criminosos “irrecuperáveis”, e ele tem que escolher a facção para a qual passa a pertencer, senão ele morre. Quando o preso recebe a visita de uma mulher, seja ela esposa, filha, mãe ou irmã, e o chefão se interessar por ela, o preso é obrigado a entregá-la para se deitar com o bandido. Assim, quem dá proteção a ele dentro do presídio são os chefes das gangues, porque o Governo prende o sujeito mas não dá a ele nenhuma proteção, sequer para que ele possa cumprir sua pena com tranquilidade. Assim, quando o preso é colocado em liberdade, carrega consigo a marca da facção e traz consigo as recomendações do que ele tem que fazer do lado de fora. Se ele descumpre as ordens do bandido já sabe o que lhe vai acontecer...
                         Pois bem, e o que acontece nas delegacias de polícias do interior? Aí é que a coisa fica difícil. A questão vai desde a promiscuidade até a tortura e os maus tratos físicos e morais. É nas delegacias que os presos prestam o vestibular para ingressar nos grandes presídios. Daí porque a sociedade não ter a menor ideia do que acontece na delegacia de polícia de sua cidade, com raríssimas exceções. Só para se ter um exemplo, um certo delegado permitia que os presos fossem retirados de suas celas no meio da noite para, enfileirados, passar pelo que eles chamam de “corredor polonês”, onde os presos apanhavam até cair no chão “estrebuchando”; um certo comandante da Polícia Militar permitia que seus comandados torturassem os presos com choques-elétricos e sacos plásticos na cabeça até desfalecer, para depois entregá-los na delegacia; outro delegado colocava o preso para ser seviciado pelos outros detentos, a fim de obter uma confissão; e ainda outro obrigava as namoradinhas dos presos a desfilarem despidas no presídio.

                          Destarte, tudo isso ocorreu e ocorre por causa da corrupção, da vaidade e da incompetência dos gestores, os quais não disciplinaram e não desejam disciplinar a vida carcerária, obedecendo a técnica que a atividade recomenda. Todavia, se no passado os presos eram maltratados nas prisões, agora as novas políticas implementadas por essa gente nociva, que nunca trabalhou e nem se educou, os premiam com gordas pensões para suas famílias e até aposentadoria sem nunca contribuir para o INSS, às custas do suor das vítimas que eles próprios fizeram e deixaram desassistidas. Não é possível que o povo não esteja vendo esses disparates, em que a família de um bandido é indenizada com R$150.000,00 por ter sido vítima na prisão, enquanto que a pessoa ou as pessoas que ele matou foram deixadas à sua própria sorte. Quantos pais de família honrados e trabalhadores não foram assassinados, graciosamente, por esses bandidos e deixaram sua mulher e seus filhos ao desamparo? Continuamos a viver momentos de mais discursos mentirosos, na pretensão de convencer o povo brasileiro a acertar essa proposta como medida de justiça, o que nada mais é do que uma hipocrisia social. Tenhamos cuidado no que os noticiários da grande mídia nos traz, pois eles estão a serviço de algum interesse e nem sempre dão a informação correta.

Dr. Adilson Miranda de Oliveira, advogado, presidente das Comissões de Direitos Humanos, e de Direito e Prerrogativas da OAB-Ibicaraí, e Vice Presidente da Associação dos Advogados da Bahia.