O
povo brasileiro viveu sempre enganado,
quer no tocante aos fatos históricos, quer com as informações dadas ao longo do
tempo pelos seus governantes e ou autoridades, o que revela uma espécie de
engodo e de “malandragem oficializada”, na medida em que a verdade nunca foi contada
em toda a sua essência. Todos, igualmente, se especializaram na mentira,
ludibriando a consciência da sociedade, na maioria das vezes se valendo da
grande mídia para disseminar tão somente aquilo que lhe interessava.
Com efeito, assim
aconteceu com o descobrimento do Brasil, quando o mundo já sabia de sua
existência, principalmente Portugal que já tinha aqui um seu “embaixador” Diogo
Alvares Correia, o Caramuru; a carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal,
dando conta da ocupação, a qual foi levada por uma embarcação como se já
conhecesse a estrada; o Tratado de Tordesilhas, com sua linha imaginária
perfeita que dividiu a América do Sul os povos do Pacífico e do Atlântico; o
reinado de D. Pedro II, com cinco anos de idade e
com o chamado “Golpe da Maioridade”,
que culminou na sua coroação antecipada, feita por seus regentes, em 18 de
julho de 1841, quando ele tinha apenas 15 anos de idade, a independência do Brasil, com todas
as suas encenações fantasiosas, quando o País só ficou livre mesmo no ano
seguinte, ou seja, em 02 de julho de 1823; as mortes dos presidentes Getúlio
Vargas, João Goulart, Castelo Branco, Juscelino Kubitschek e do Deputado
Ulisses Guimarães, as quais jamais se soube o que aconteceu de verdade; as
mortes de Joana Angélica e Maria Quitéria, com os efeitos delas resultlantes;
as prestações dos gastos públicos, sem a clareza devida para esconder as
mordomias e as corrupções; a vida das pessoas nas favelas, periferias das
grandes cidades e dentro dos presídios do País, onde o Estado não se faz
respeitar com sua presença; além de tantos outros fatos que são e que sempre
foram escondidos da sociedade.
Na verdade, diante da
vastidão de mentiras perpetradas por essa gente e, face os últimos
acontecimentos que assustaram a Nação, vamos nos ocupar apenas em falar do que
ocorre dentro dos sistemas prisionais do Brasil por conta da incompetência da
vaidade e da corrupção, começando desde as simples delegacias de polícias do
interior, até chegar aos chamados grandes presídios e aos “presídios de
segurança máxima”, para dizer que não há falta de recursos, que a polícia sabe muito
bem como controlar a situação e que tudo isso ocorre por conta da VAIDADE E DA
INCOMPETÊNCIA daqueles que são guindados a ocupar cargos relevantes dentro do
Sistema de Segurança Pública, os quais não tem independência para agir, pois
ali foram colocados para servirem aos interesses inconfessáveis dos políticos.
Hoje o indivíduo que comete simples delitos ou que for preso porque atrasou ou
não pagou uma pensão alimentícia, ao sair da prisão dela jamais fica livre,
pois as facções criminosas o cadastra em seus registros e ele passa a obedecer
às ordens do bandido dentro e fora da prisão. Isso porque, quando detido é
colocado entre os criminosos “irrecuperáveis”, e ele tem que escolher a facção
para a qual passa a pertencer, senão ele morre. Quando o preso recebe a visita
de uma mulher, seja ela esposa, filha, mãe ou irmã, e o chefão se interessar por
ela, o preso é obrigado a entregá-la para se deitar com o bandido. Assim, quem
dá proteção a ele dentro do presídio são os chefes das gangues, porque o
Governo prende o sujeito mas não dá a ele nenhuma proteção, sequer para que ele
possa cumprir sua pena com tranquilidade. Assim, quando o preso é colocado em
liberdade, carrega consigo a marca da facção e traz consigo as recomendações do
que ele tem que fazer do lado de fora. Se ele descumpre as ordens do bandido já
sabe o que lhe vai acontecer...
Pois bem, e o que acontece nas
delegacias de polícias do interior? Aí é que a coisa fica difícil. A questão
vai desde a promiscuidade até a tortura e os maus tratos físicos e morais. É
nas delegacias que os presos prestam o vestibular para ingressar nos grandes
presídios. Daí porque a sociedade não ter a menor ideia do que acontece na
delegacia de polícia de sua cidade, com raríssimas exceções. Só para se ter um
exemplo, um certo delegado permitia que os presos fossem retirados de suas celas
no meio da noite para, enfileirados, passar pelo que eles chamam de “corredor
polonês”, onde os presos apanhavam até cair no chão “estrebuchando”; um certo
comandante da Polícia Militar permitia que seus comandados torturassem os
presos com choques-elétricos e sacos plásticos na cabeça até desfalecer, para
depois entregá-los na delegacia; outro delegado colocava o preso para ser
seviciado pelos outros detentos, a fim de obter uma confissão; e ainda outro
obrigava as namoradinhas dos presos a desfilarem despidas no presídio.
Destarte, tudo isso
ocorreu e ocorre por causa da corrupção, da vaidade e da
incompetência dos gestores, os quais não disciplinaram e não desejam disciplinar
a vida carcerária, obedecendo a técnica que a atividade recomenda. Todavia, se
no passado os presos eram maltratados nas prisões, agora as novas políticas
implementadas por essa gente nociva, que nunca trabalhou e nem se educou, os
premiam com gordas pensões para suas famílias e até aposentadoria sem nunca
contribuir para o INSS, às custas do suor das vítimas que eles próprios fizeram
e deixaram desassistidas. Não é possível que o povo não esteja vendo esses
disparates, em que a família de um bandido é indenizada com R$150.000,00 por
ter sido vítima na prisão, enquanto que a pessoa ou as pessoas que ele matou
foram deixadas à sua própria sorte. Quantos pais de família honrados e
trabalhadores não foram assassinados, graciosamente, por esses bandidos e
deixaram sua mulher e seus filhos ao desamparo? Continuamos a viver momentos de
mais discursos mentirosos, na pretensão de convencer o povo brasileiro a
acertar essa proposta como medida de justiça, o que nada mais é do que uma
hipocrisia social. Tenhamos cuidado no que os noticiários da grande mídia nos
traz, pois eles estão a serviço de algum interesse e nem sempre dão a
informação correta.
Dr.
Adilson Miranda de Oliveira, advogado, presidente das Comissões de Direitos
Humanos, e de Direito e Prerrogativas da OAB-Ibicaraí, e Vice Presidente da
Associação dos Advogados da Bahia.
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