Todos sabem da real
importância dos sindicatos de classes para a defesa dos interesses dos
trabalhadores, na medida em que eles se organizam com pessoas que sejam membros
e dirigentes integrantes de suas respectivas categorias profissionais. Esse é,
sem dúvida, o grande problema que o sindicalismo brasileiro enfrenta no
momento, face a intromissão indevida de elementos estranhos ao movimento, os
quais tem servido para descaracterizar a legitimidade desses órgãos
representativos de classe, conforme se verá.
Na verdade, tudo começa com a
intromissão indevida de partidos políticos e de candidatos a cargos públicos,
para descambar para outros interesses, os quais vão desde os movimentos
criminosos de invasões de terras particulares e de prédios públicos, até
intromissão de organizações criminosas, cujos interesses estão longe daqueles
que, efetivamente, interessam aos sindicatos e seus membros natos.
Daí porque, todos sabem a
razão do interesse dessa gente estranha dentro do movimento sindical, que são
compra e venda de votos, manipulação dos seus filiados no direcionamento de
programas partidários, lavagem de dinheiro, venda e ou distribuição de drogas,
acobertamento de crimes, enriquecimento ilícito, e tanto outros.
Desta forma, a ingerência
externa dentro do sindicalismo brasileiro, tem, ao logo de décadas, feito com
que os reais interesses dos trabalhadores ficassem relegados e ou maculados,
ora por postulações indevidas e sem o respaldo legal; ora pelos desvios de
focos, os quais levam a uma evidente irracionalidade dos pleitos. O certo é que
a missão de um sindicato é lutar por benefícios para os trabalhadores, mas o
que se tem visto, na maioria dos casos, é uma mistura de interesses que tem
causado indignação até mesmo para aqueles que não são filiados, não só pelas
razões acima esboçadas, mas diante da má gestão que se verifica com os recursos
que são pagos pelos trabalhadores. Tem gente ficando muito rico desviando
dinheiro de sindicato, como é o caso de um, em que o diretor flagrado fez a
seguinte ameaça: “Olha, se você fizer
alguma coisa contra a gente, a gente incrimina você e não precisa nem de prova,
prova a gente cria, porque a gente compra todo mundo”. Nesse mesmo
sindicato, que tem sede no Rio de Janeiro, uma família governava há quase 50
anos, como se fosse donos, cujos cargos, em sua maioria e num total de 15, eram
ocupados por parentes do diretor, onde sua mulher ganhava R$22.000,00
(assessora especial da presidência); seu filho R$22.000,00; a irmã R$23.000,00;
a mãe R$10.000,00; e pasmem, os diretores ganhavam entre R$50.000,00 e
60,000,00, além de utilizarem de um “cartão corporativo”, aqueles que as
grandes empresa dão aos seus executivos e que o Governo Federal utilizava no
governo Lula. Nesse sindicato a Justiça interviu e acabou com a farra.
E o que se dizer das
quadrilhas “legitimadas” que invadem fazendas? Aqui na região tem um desses
líderes que, segundo dizem, possui três caminhonetes cabine duplas, importadas,
além de um patrimônio invejável. É por isso que as disputas nas eleições
sindicais despertam tanta gente, algumas delas deveras violenta, onde crimes
quase que insolúveis tem acontecido, como foi o caso do sindicato dos
rodoviários em Salvador; São Paulo – com 16 assassinatos nas duas últimas
décadas; e os tiroteios em Recife; e em Criciúma - Santa Catarina. Essa é só
uma amostra do que acontece no meio sindical no Brasil, do que se conclui que o
setor carece de uma interferência muito séria, inclusive, para permitir que o
cidadão possa optar por ser livre, filiando-se a sindicato se assim o desejar,
como lhe assegura a Constituição da República, direito esse não é respeitado
nem mesmo pela Justiça, quando reconhece a obrigação dos produtores rurais de
pagar uma tal “CNA – Confederação Nacional dos Agricultores), uma espécie de órgão que congrega os sindicatos.
Dr.
Adilson Miranda de Oliveira, advogado, presidente das Comissões de Direitos
Humanos, e de Direito e Prerrogativas da OAB-Ibicaraí, e Vice Presidente da
Associação dos Advogados da Bahia.
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