Estamos
chamando à atenção dos nossos leitores a respeito das nossas Leis, por quem
elas são feitas e de como elas são produzidas. Na verdade, o que se verifica atualmente
é que as leis são discutidas e votadas sem levar em consideração os reais
interesses da sociedade, para dar lugar a interesses subalternos, com o que é
mais vantajoso para tal partido ou facção política, ou para atende a interesses
externos, em detrimento do povo brasileiro.
Pois
bem, diante dessa constatação – pois sei que muita gente não vai gostar nada de
ouvir essas verdades, chega-se à conclusão que o povo brasileiro continua sendo
refém de uma classe que elegeu, pensando se tratar dos seus representantes
naquilo que do seu interesse. Vale excepcionar alguns poucos nomes que ainda
não se enlamearam nessa anarquia... Assim, por terem sido desmascarados com os
mais variados caixas, dois, três, quatro e sabe lá mais quantos, agora a Câmara
dos Deputados votou um pequeno aumento de verbas de campanha eleitoral, aquelas
que o Governo Federal terá que desembolsar para que os partidos políticos
elejam seus candidatos. E o aumento foi de apenas o triplo do que até aqui
vinha repassando. Veja-se se tem cabimento uma malandragem dessa? Então, os
empreendedores e o povo trabalhador, que são a minoria que paga impostos, tem
mais essa carga de parasitas para carregar nas costas, se já não bastassem os
tais invasores de terras e de imóveis urbanos pertencentes a terceiros, as
várias bolsas que o Governo criou, os milhares de funcionários públicos
preguiçosos, que incham a máquina administrativa e ficam atrapalhando os que
querem trabalhar.
Destarte,
se não bastasse tantos outros temas nocivos ao povo brasileiro, o Congresso
discute agora a questão da terceirização da mão de obra na atividade fim. Muita
gente está se perguntando o que isso tem a ver com a sua vida e com os seus
interesses, muitos são até funcionários públicos. Certamente que esse projeto
de lei, que tem o nº 4330/2004, vem alterar substancialmente o que sempre
disciplinou a Consolidação das Leis do Trabalho, e as demais normas
estatutárias, no tocante à proteção ao trabalhador contra demissões
arbitrárias, e, na direção da identidade do obreiro com o seu empregador e seu
posto de trabalho, na medida em que a implementação da terceirização da mão de
obra na atividade fim, vem desconstituir todas essas garantias e tornar
vulnerável o vínculo empregatício. Se esse projeto for aprovado, sem dúvida, que
vai haver uma avalanche de demissões de empregados vinculados às empresas,
passando a ser atrelados a prestadoras de serviços, cujas empresas não terão
idoneidade financeira para dar sustentação aos direitos trabalhistas
conquistados, assim como, deixará de existir as garantias que o trabalhador tem
hoje contra as demissões arbitrárias.
Quem
será beneficiado com essas alterações são os políticos, os quais poderão agora
contratar servidores sem concurso público, por via indireta, demitindo-os
quando bem lhe entender, ficando a responsabilidade por tais demissões com empresas
fantasmas, como o que já acontece há anos, com a doção da terceirização da mão
de obra para a atividade meio, em que os trabalhadores não são vinculados às
empresas tomadoras dos serviços, pois prestam serviços de apoio ao
empreendimento. Assim, há inúmeros casos de empresas que, quando a obra acaba,
deixam seus empregados na amargura, porque não tem patrimônio, seus
proprietários são os chamados “laranjas”, e, raramente se consegue que a
justiça aplique aos casos que decide os princípios da solidariedade e da
subsidiariedade. As conquistas dos trabalhadores, implementadas no Governo
Getúlio Vargas, corre sério perigo.
Daí porque,
no dizer do Saudoso Prof. MARTINS CATARINO, “a terceirização no Brasil é uma
via de mão única”, em que as riquezas produzidas pelo capital saem do País e
não retornam em benefício das empresas brasileiras, muito menos, para os
trabalhadores que as produziram”. Até bem pouco tempo nem se podia falar em
terceirização, depois, admitiu-se sua presença na figura da atividade meio da
empresa, de forma que a terceirização na atividade fim se apresentava para os
trabalhistas, como se fosse uma ideia do “Diabo”, a qual causava arrepios no
meio jurídico. Com efeito, são leis como essas que transmitem uma falsa ideia
de que isso vem beneficiar o trabalhador e as empresas, quando, efetivamente,
só se prestam para atender a interesses de uma meia dúzia de partidos tidos
como SOCIALISTAS, quando, na verdade, de socialista não tem nada, senão o
condão de causar a infelicidade da Nação. Seguramente, que essas ideias, que ora
estão sendo ressuscitadas dentro do congresso, nada mais são do que entulhos
que estão sendo colocados para fora, a fim de confrontar o Governo Federal,
face o inconformismo dos políticos com os escândalos de corrupção onde seus
nomes estão sendo arrolados. O povo está sendo usado como massa de manobra e
essa gente não merece o voto livre e consciente dos brasileiros.
Dr. Adilson Miranda de
Oliveira, advogado, presidente das Comissões de Direitos Humanos, e de Direito
e Prerrogativas da OAB-Ibicaraí, e Vice Presidente da Associação dos Advogados
da Bahia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário