Dr. Adilson
Miranda é advogado, vice-presidente da Associação dos Advogados da
Bahia, e presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-Subseão de Ibicaraí.
Toda nação tem seus valores, os quais foram sedimentados ao longo dos tempos, num
processo de aculturação social por vezes imperceptível e sem a intervenção que a
distingue dos demais povos, se constituindo assim em uma espécie de patrimônio
para aqueles que vivem em uma determinada área geográfica. Daí porque, quando
um indivíduo de outro grupo social passa a conviver em outro de cultura diferente,
certamente que ha de sofrer o que se costuma chamar de “choque cultural”, mas
que, em razão do tempo de convivência tal indivíduo passa a ser influenciada
dos valores desse novo grupo, podendo perder até 90% de sua identidade cultural,
na medida de sua idade ou do seu grau de intelectualidade.
Pois bem, diante dos
fundamentos postos, forçoso é reconhecer que toda vez que ensinamentos
estranhos são trazidos de fora para aquela nação, seguramente que haverá sempre
uma reação de repulsa que repele tal intromissão, num mecanismo eficaz de
proteção dos valores conquistados, e isso é mais incisivo de nação para nação,
a depender de alguns elementos culturais nelas inseridas.
No Brasil, por ser um país de
dimensão territorial muito grande, jovem em termos de organização, e com uma
população de raças e costumes diversificados, sua identidade cultural está susceptível
de sofrer ataques externos, principalmente através da chamada “grande mídia”,
com a manipulação de valores éticos e morais irreversíveis, quando se utiliza
de mecanismos de mídia para interferir na opinião pública, sem os cuidados necessários
para evitar as repercussões indesejáveis. E é por isso que os meios de comunicação
de massa são concessões de serviços públicos, pois compete ao governo cuidar da
informação e educação da sociedade, inclusive, por uma questão de segurança
nacional, justamente para impedir as influências de má formação de uma
consciência nacional.
Diante de tudo isso, verifica-se que no Brasil há pouco controle desses organismos
de comunicações, de tal forma que tem interferido de forma incisiva na formação
moral do nosso povo, quando veicula matérias distorcidas, isto através de suas
opiniões, das novelas tratando de temas nacionais que estão sendo discutidas no
Congresso Nacional, e tantas outras. Veja-se o caso da televisão, ela entra no
lar familiar com cenas de sexos, violência, crianças e adolescentes desrespeitando
professores e adultos, crimes de toda a sorte, tudo isso sem perguntar se a pessoa
está querendo assistir todo esse lixo. E mas,essas matérias são sempre exibidas
com comentários e opiniões dos apresentadores como se elas fossem o pensamento
oficial ou o da maioria da população. Sem dúvida que tudo isso combate contra
os nossos costumes, de tal forma que não somos mais um povo com a nossa identidade
cultural, pois importamos tudo de estranho através da mídia, em nome de uma
civilização distorcida e nefasta aos nossos interesses, e agora nem mais
sabemos o que somos. Nas escolas não se ensina mais o que se deve ensinar, o
professor e o colégio perderam a sua condição de educar, alguns pais e boa
parte da sociedade já perderam o senso de responsabilidade e não sabem mais
educar os seus filhos, isto por conta de alguns poucos iluminados que ditam suas
inovações na educação. Induvidosamente que não se ver uma saída para a nação se
mantivermos esse estado de coisas, pois é na família onde tudo começa e se ela
está sendo manipulada criminosamente, na há como se reagir para evitar que os
nossos filhos e netos sejam contaminados.
Adilson Miranda
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