A
campanha eleitoral de 2012 ganha força e o eleitor só espera o momento exato de
comparecer à urna de votação para sufragar o seu voto, numa manifestação de
civismo e de cidadania que se repete de dois em dois anos, onde o Brasil quer demonstrar
ao mundo ser um País eminentemente democrático, um estado de direito, onde
prevalece o império da Lei de forma igualitária para todos, e a evolução do
sistema de apuração dos resultados quase que instantaneamente, fruto da
implementação das chamadas urnas eletrônicas aqui desenvolvidas.
Pois bem, afastadas as
críticas e suspeitas que envolvem a nova forma de apuração das eleições, bem
como as peculiaridades legais específicas que norteiam o processo eleitoral,
tem-se como elemento primordial a questão da conscientização do voto, onde o indivíduo,
incorporado do direito inerente ao cidadão, escolhe os seus candidatos com base
nos elementos constitutivos de sua personalidade, de tal forma que a qualidade
do voto está diretamente ligada ao caráter da pessoa. Assim, se alguém
conscientemente escolhe um corrupto ou qualquer um outro deformado moralmente,
para ocupar um cargo político, com ele se transporta para a gestão pública como
se efetivamente lá estivesse, sendo igualmente responsável pelos prejuízos
dados à sociedade.
Nessa linha de
pensamento, forçoso é reconhecer que, induvidosamente, o voto tem consciência e
qualidade. Quando alguém vota com consciência aí está a manifestação pura e
simples de quem escolheu o melhor entre os concorrentes, sabendo que não foi
envolvido pelo animus de quem recebeu
um favor, do “toma lá de cá”, da promessa de receber um emprego ilegal, do
sentimento de amizade, ou de outro qualquer elemento de valor. A qualidade é
uma consequência do voto consciente e não como ocorre comumente, onde o
indivíduo diz com o peito cheio de orgulho: “eu tenho dez votos”, “eu tenho os
votos dos meus associados do bairro tal, ou “eu tenho os votos do meu
sindicato”, e ainda há quem diga que fulano tem tantos mil votos por ser um
“cacique eleitoral”.
Assim, quem vota sob a
influência de alguém ou dos elementos já abordados, seguramente, não tem
consciência e nem qualidade, de forma que não pode dizer que é um cidadão, na
expressividade da palavra, isto porque o seu voto demonstra inconsciência,
falta de independência e em muitos casos falta de caráter mesmo. Todos sabem
que o voto é o mecanismo que vai definir os rumos da qualidade de vida da
sociedade, de forma que quem age contrariamente a esse princípio milita contra
o povo, contra sua família, contra a nação, contra o civismo e contra si
próprio, além de burlar os objetivos da Lei, que é a consecução do bem comum.
Com efeito, já é tempo do
eleitor se evoluir, deixando os interesses pessoais para dar lugar ao coletivo,
quando também estará revelando um resgate dos valores morais e éticos que foram
perdidos ao longo do tempo de fome e de miséria que assolou a Nação, motivadas
pela cegueira dos governantes que não implementavam políticas de inclusões
sociais e de justa distribuição rendas. Dizia-se, então, que não se poderia
exigir de quem passa fome ter consciência de voto, pois em primeiro lugar
estava a necessidade de se manter a vida. Todavia, com as novas mudanças que se
contempla, onde a fome já não é mais o elemento determinante do voto, a
persistência agora em tal prática revela claramente uma verdadeira falta de
caráter do indivíduo.
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