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quarta-feira, 18 de julho de 2012

ELEIÇÃO E REELEIÇÃO


No momento o que mais se comenta no País são as eleições municipais para o preenchimento dos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereadores, tendo como enfoque saber quais os candidatos que podem ou não concorrer ao pleito, já que quando exerceram o múnus público não se houveram bem, pelo menos sob a ótica dos Tribunais de Contas dos Municípios. Na verdade, a questão merece uma análise mais ampla e sem se ater aos diplomas legais ora em voga, para se adentrar nos aspectos da moralidade e da razoabilidade que norteiam o tema.
Assim, é de se entender que o indivíduo ao se candidatar a qualquer um dos cargos mencionados, de antemão já sabe da complexidade e dos problemas que terá que enfrentar, caso seja eleito. Tanto isso é verdade, que alguns políticos fazem publicar durante a campanha eleitoral sua plataforma administrativa, demonstrando ao eleitor tudo aquilo que poderá fazer, cujas realizações o atual gestor não quis realizar. No caso dos candidatos a vereador a situação é por demais interessante, pois o sujeito não deve prometer nada a ninguém, exceto que irá cumprir honradamente a outorga que o eleitor lhe conceder. Pois bem, ultrapassada essa fase e ao tomar posse do cargo, o sujeito começa a dizer que não tem recursos para nada; que a Justiça bloqueou o dinheiro para pagar as dívidas feitas pelo seu antecessor; que a folha de pagamento está muito alta, e por isso vai ter que demitir funcionários; que a receita caiu, e muitas outras coisas, quando não muda de partido motivado por fatores escusos. Todavia, contrata para cargos de confiança dezenas de apaniguados políticos, compra automóveis novos, e o seu patrimônio só faz aumentar, havendo até casos de políticos que multiplicaram seus bens por dezenas e até centena de vezes durante sua gestão, sem ter recebido nenhuma herança ou acertado na loteria.
Destarte, a coisa se agrava muito mais quando se trata de reeleição ou de candidato que já exerceu um mandato, pois os mesmos já tiveram experiências efetivas na ocupação de cargo público e, por isso mesmo, não tem o direito de se utilizar dessas desculpas “esfarrapadas”. Ora, se o político sofre tanto estando no exercício do seu mandato, porque eles se “descabelam” para ganhar as eleições novamente, investindo uma verdadeira fortuna na campanha? Seguramente que por alguma razão óbvia, mas sobre esse assunto falaremos em outra oportunidade. Certo prefeito gostava muito de beber cerveja todos os dias e, sentindo saudades dos velhos tempos, se aproximou de um dos seus poucos “amigo de copo” e lhe disse: “não aguento mais cuidar dessa prefeitura, são tantas dificuldades, chateações, gente chata, o dinheiro não está dando, etc.” então o seu amigo respondeu-lhe: é mesmo fulano “passe o mandato para o seu vice-prefeito e vamos tomar a nossa cervejinha tranquilos”. O tal prefeito fechou a cara e mudou logo de assunto.
Outra coisa que não se concebe é o fato de certos candidatos fazerem da atividade política uma profissão, em que ele tem que ficar ali o tempo todo, tanto que passam a vida inteira sem fazer outra coisa, senão envolvidos nessa atividade. Há até aqueles que não sabem fazer outra coisa mesmo, pois quando estão fora do poder enfrentam dificuldades até para se sustentar. Daí se entender que ele não tem condições de cuidar de sua vida ou do seu patrimônio pessoal, mas se acha apto para gerir a coisa pública, simplesmente porque o poder público não vai à falência, pois gasta-se de qualquer forma todo o dinheiro público que chega em um mês, isto porque outra montanha de recursos haverá de chegar no mês seguinte, e assim por diante.
Certamente que em um país pouco civilizado não deveria haver reeleição, pois, diante da falta de mecanismos ágeis para afastar e punir um político, o mesmo traz consigo todas as mazelas da primeira gestão, sem se levar em conta a inevitável utilização da máquina administrativa em sua campanha, desigualando os concorrentes do pleito. Ademais, se a atividade política não é uma profissão, poderia muito bem ser exercida sem remuneração, pelo menos no legislativo, como aconteceu após a revolução de 1964, pois é uma honra para o cidadão prestar um serviço desinteressadamente à sua comunidade, como fazem os membros do Rotary, do Lions Clube, da Maçonaria, e todos aqueles que fazem parte de uma instituição da sociedade civil. 

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