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domingo, 11 de dezembro de 2011

LAMENTAÇÕES

Quem se der ao trabalho de parar um pouco para observar os reclamos da população, sem dúvida, irá se surpreender com tantas coisas erradas que acontecem no meio social e que ninguém se preocupa em resolver. Aliás, o “ninguém” aqui colocado são os responsáveis pela condução dos interesses públicos e para tal fim foram eleitos pelo voto popular ou nomeados por atos de gestores públicos. São ações de suas competências das quais não se desincumbem, ora pela má formação de caráter; e ora pela vigência de normas injustas que são obrigados a cumprirem.
            Na verdade, o povo reclama da falta de segurança e do alto índice de violência que ceifa vidas; da falta de atendimento médico; da deficiência no ensino escolar e dos maus tratos sofridos pelos professores e praticados por alunos insubordinados; da utilização das vias públicas para o uso de interesses particulares, aí incluídos festas de políticos, comerciantes que ocupam os passeios, motos e bicicletas transitando em cima dos calçadões e passeios, desobediência das regras de trânsito, principalmente por motociclistas, lixo e entulho acumulados nos passeios; construções feitas sem observar as regras legais, lançando o esgotamento de águas sobre a cabeça dos transeuntes; cobrança excessiva de impostos, corrupção desenfreada; falta de Justiça, principalmente para os pobres; e tantos outros desmandos que infelicitam a população. Há que se lembrar também da falta de educação doméstica que permeia parte significativa da sociedade, onde a palavra cidadania para ela nada significa.
Sem dúvida, todas essas questões são de responsabilidade daquelas pessoas já acima enumeradas, competindo-as agir no pleno exercício de suas funções para que a sociedade possa ter uma melhor qualidade de vida. É trabalhando com respeito ao cargo que o servidor e o gestor públicos cumprem devidamente o seu papel, inclusive com punições, mas, sobretudo, com campanhas educativas. O pior é que poucos se sentem responsáveis pelo que desempenham, gerando daí a impunidade, muitas vezes pelo exercício do apadrinhamento, prática nefasta no âmbito da atividade pública.
            Assim, está se tornando quase que insuportável, viver em uma sociedade que se diz organizada, mas que na prática isso não ocorre, em face da inoperância dos poderes da República. Não está sendo fácil ao povo sustentar uma máquina administrativa preguiçosa e viciada, onde as leis só são cumpridas de conformidade com os interesses de poucos.     
 Por fim, tem-se como certo que o emaranhado de leis existentes termina por transformar homens de bem em bandidos; pessoas honradas em descumpridora das leis. Tudo para atender aos mecanismos impostos a quem governa. E é por isso que algumas pessoas de bem no exercício da atividade privada, se transformam em infratores da lei quando são guindadas à atividade pública, como disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, após deixar o cargo: “Só lamento porque eu não tinha nenhum processo quando assumi a presidência, e agora saio com quase cinquenta deles”.

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