Onze de agosto é o dia do
advogado, e é preciso que se diga que esta é uma profissão que não se confunde
com nenhuma outra, por mais nobre e digna que possa ser, na medida em que
certos elementos são necessários à consecução das suas prerrogativas e dos seus
objetivos. Assim, não basta ser bacharel em direito, ainda que pós-graduado e
com títulos de mestre e ou PHD. É preciso um pouco mais. Por esta razão, muitos
fazem o curso de direito, mas, pensando em exercer outras profissões, como de
delegado de polícia, juiz, promotor, escrivão de cartório, e tantas outras,
face a necessidade de preparo jurídico, pois, muitas dessas profissões exigem
que o candidato tenha um período mínimo de um efetivo exercício profissional.
Daí porque, para ser um
advogado a pessoa precisa ser diferente, ou seja, ter dentro de si um
sentimento de defensor do estado democrático de direito, das instituições
livres e democráticas, do estrito cumprimento da ordem jurídico constituída, de
defensor dos direitos e garantias individuais, além de profundo conhecedor dos
princípios éticos e morais de sua profissão. Isto porque, embora exerça um
ministério de natureza privado, sua atuação é considera como de eminente
interesse público. Portanto, o verdadeiro advogado é movido por algo muito mais
importante do que o simples fato de ser ele festejado por sua influência
social. O que lhe dar firmeza é a manutenção da sua dignidade no exercício
profissional. É saber que sua consciência não foi maculada em detrimento dos
interesses da profissão e do seu cliente, de quem recebeu a outorga. Aí estão
implícitos todos os valores necessários, capazes de dar ao profissional da
advocacia um sentimento de confortabilidade.
Não são apenas os honorários
advocatícios que causam satisfação ao advogado, ainda que muitos erroneamente
assim pensem. Seguramente, que o que mais causa satisfação ao profissional do
direito é verificar que ele foi capaz de demonstrar no processo toda a sua
capacidade de discutir o tema, esgotando a matéria e as instâncias no interesse
do seu cliente, construindo as teses de uma verdadeira ciência jurídica, sim,
porque é o advogado quem faz a verdadeira Ciência do Direito. Claro que ele
precisa de se sustentar, e o faz através dos honorários que percebe, mas não
são eles que dão dignidade ao profissional. Costuma-se dizer que só é advogado
nos dias atuais aquele que, efetivamente, se sente um vocacionado para a
profissão, uma vez que, ao aceitar uma causa, o advogado se posiciona
inteiramente ao lado do seu cliente, como se tivesse assumindo o seu próprio
lugar, postulando os seus interesses e defendendo-o, naturalmente que dentro do
permissivo legal, sem estar preocupado em saber se estar agradando ou
desagradando a quem quer que seja. Saber, exatamente, até onde vai os limites
de sua atuação, certamente, que requer um certo preparo intelectual e moral,
este quase que só conseguido no seio familiar. Sim, porque caráter não se
consegue nos bancos das escolas e nem se compra no mercado. O advogado deve ser
preparado também em casa, a fim de saber se portar com honradez e dignidade.
Portanto, no dia dos
advogados, convoco os verdadeiros profissionais para uma reflexão sobre tudo
isso, e dizer de toda a nossa admiração e respeito ao profissional do direito,
sabendo que não estás sós nessa caminhada, pois, além do apoio incontestável da
nossa respeitável Instituição – a OAB, estaremos juntos sempre por uma
Advocacia Livre e Independente, porque isso é o sangue que corre em nossas
veias, contra a arbitrariedade, a intolerância e a prepotência de alguns.
Dr.
Adilson Miranda de Oliveira, advogado, presidente das Comissões de Direitos
Humanos, e de Direito e Prerrogativas da OAB-Ibicaraí, e Vice Presidente da
Associação dos Advogados da Bahia.
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