O povo brasileiro chegou
a um estágio de evolução tal que se tornou refém de si mesmo através do próprio
Estado que criou e sustentou ao longo dos tempos. Na verdade, esse é um
fenômeno que precisa ser estudado pelos cientistas políticos e sociais, para se
saber se vale a pena manter uma estrutura estatal tão viciada, pesada e
indomável, como a que contemplamos no momento.
Pois bem, essa é uma verdade
incontestável, na medida em que tudo o que se faz em nome do Estado e de sua
governabilidade resulta em maus tratos e na infelicidade do povo brasileiro,
como se fossemos reféns de um sistema que nos trata como se nós não tivéssemos
mais vontade própria. É como um burro bravo que toma a rédea do seu adestrador
e não há quem o detenha.
Diante de tal constatação,
forçoso é reconhecer que necessitamos de ajuda para nos livrar do jugo da
escravidão em que nos metemos, senão vejamos: a) todo o imposto que se paga
para sustentar a máquina estatal é insuficiente; b) o sujeito é eleito para
representar o povo e quando ocupa o cargo acha que aquilo é propriedade sua e
ele pode fazer o que bem entender, já que a ninguém tem que prestar contas; c) leis
são criadas para tudo, menos para facilitar a vida do cidadão que paga os
impostos que sustentam o estado; d) hoje em dia pra qualquer coisa que aconteça
há sempre uma multa a ser cobrada, jamais se tem tolerância ou uma política
educativa; e) política é uma profissão, pois há pessoas que nunca trabalharam
na vida e ainda acha que pode cuidar dos interesses do povo com competência; f)
ladrão e mal caráter tanto se pode encontrar nas periferias das grandes cidades
como nos detentores de cargos e funções públicas, na mesma proporção; g) quem
nada sabe de educação é quem se acha no direito de dá ordens e estabelecer
políticas públicas educacionais; h) há até quem entenda que o povo do interior
não precisa de Justiça, pois fecham comarcas, retiram juízes e até privatizam
cartórios, como se nesse caso o serviço público se assemelhasse a um açougue ou
a uma padaria.
Daí porque, não haver dúvida de
que nos metemos numa enrascada e estamos tendo dificuldades de encontrar uma
saída para a crise que se instalou. Somos ou não reféns de um sistema
implantado? Estamos ou não sendo escravizados? É só parar para pensar sobre a
nossa situação.
Dr. Adilson Miranda é
advogado, vice-presidente da Associação dos Advogados da Bahia, Diretor
Tesoureiro da OAB-Subseção de Ibicaraí e Presidente da Comissão de Direito e
Prerrogativas dos Advogados
Nenhum comentário:
Postar um comentário