DEVEDOR CONTUMAZ, CALOTE
OFICIALIZADO
Dr. Adilson Miranda é advogado, vice-presidente da Associação
dos Advogados da Bahia, Diretor Tesoureiro da OAB-Subseção de Ibicaraí e
Presidente da Comissão de Direito e Prerrogativas dos Advogados
Todos sabem que certas práticas econômicas não podem
subsistir, e, por isso mesmo são desprezadas pelas pessoas que gostam de andar
com seus compromissos em dia. Na verdade, e do conhecimento geral que o
indivíduo que vive tomando dinheiro emprestado não consegue jamais manter um
orçamento pessoal, familiar ou empresarial de conformidade com a receita. No caso
da atividade pública brasileira, a coisa ganha contornos incompreensíveis na
medida em que se sabe que nenhum dos gestores eleitos tem em mente a
necessidade de desonerar a administração pública, muito pelo contrário, o
pensamento é contrair mais empréstimo nas instituições financeiras, não só para
rolar a dívida e pagar os juros da já existente, mas, também, com o fim de
implementar seus projetos políticos eleitoreiros.
Diante de tal constatação, forçoso é reconhecer que estamos
diante de um quadro típico de um estado considerado como um “devedor contumaz”,
pois dever nesses moldes já é uma prática rotineira, de tal forma que, mesmo
diante de uma dívida interna orçada em 3.5 trilhões de reais, como a que foi
noticiada pela imprensa essa semana e detentora de uma carga tributária
escorchante, o Governo não adota qualquer medida para conter os gastos públicos
desnecessários, busca é aumentar a tributação para satisfazer as mordomias, os
desperdícios e a roubalheira, e isso se verifica em todos os poderes da
República, até mesmo no Judiciário, onde o exemplo deveria ser dado.
Destarte, a coisa funciona como uma bola de neve, pois, além
dos empréstimos indefinidamente rolados, os governos – federal, estaduais e
municipais, também abarrotam o poder judiciário com processos porque não gostam
de pagar seus funcionários e nem seus compromissos. É como disse o ex-presidente
Itamar Franco: o Brasil pratica um verdadeiro calote oficializado.
Enquanto isso somente o Congresso Nacional custa ao povo
brasileiro a quantia de R$1.000.000,00 (Um milhão de reais) por dia. É uma
verdadeira farra com o dinheiro do povo, muitos deles desempregados que tem de
pagar impostos para manter essa gente esbanjando em plena crise nacional. É uma
vergonha ver milhões de brasileiros passando dificuldades para sobreviver, mas
tendo de pagar seus impostos em dia para sustentar tudo isso.
Daí porque, em que pese o acerto das medidas fiscais adotadas
pelo Governo Federal, não se compreende as razões pelas quais tais medidas não
começaram cortando gastos com altos salários e com despesas absurdas para
manter todos esses parasitas. Acontece que se caminha para um desfeche trágico
de uma dívida “impagável”, advindo daí o famoso calote oficializado. O povo
precisa acordar e deixar de nutrir paixões políticas por agremiações e ou políticos
que contribuíram para a “desgraça” que se ver, e voltar-se para si mesmo e para
o futuro do Brasil, enquanto se possa fazer alguma coisa.
Adilson Miranda de Oliveira
Advogado
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