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sábado, 15 de agosto de 2015

SILVÉRIO DOS REIS AINDA VIVE!

BOSCH , (detalhe do mau ladrão)
Todos conhecem o episódio da história do Brasil, onde seus líderes foram traídos na Inconfidência Mineira, movimento idealista e libertário dos brasileiros, o qual foi abortado por um dos seus integrantes, o Silvério dos Reis, justamente, com o propósito de obter vantagem pessoal, em detrimento dos reais interesses do povo, levando à morte por enforcamento o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, e a prisão de muitos outros. Pois bem, o nome do traidor do movimento se transformou num sinônimo de “traidor”, “traíra”, “enganador”, “falso”, em suma, pessoa em quem não se pode confiar, pois é capaz de se vender por qualquer coisa; pessoa sem caráter, sem sentimento social e desprovida de fidelidade e de companheirismo.
                   Pensando assim e fazendo um comparativo com o que se observa nos dias atuais, ver-se, sem maiores dificuldades, que o sentimento daquele mesmo personagem da Inconfidência Mineira tomou conta de muita gente que foi e ainda está sendo guindada a ocupar postos de destaques na vida da nação, inclusive, muitos políticos e agentes públicos do estado brasileiro.
                   Desta forma, quando alguém não se comporta dentro dos limites de sua função, seguramente que aí se faz presente o personagem traidor como que incorporado no gestor atual, na medida em que há uma consciência social que dele reclama um proceder, nos exatos termos das regras da sua atividade, mas suas atitudes negam o que dela se espera. Assim, quando elegemos alguém, damos a essa pessoa uma procuração para que nos represente, não podendo ela agir ao seu bel prazer. Quando alguém é nomeado para uma função pública, quer por merecimento, quer por concurso público, essa pessoa é representante do estado brasileiro, empregado do povo que é o verdadeiro dono, não podendo se comportar como se fosse proprietário da coisa pública, em muitos casos um “proprietário” deseducado, corrupto e desonesto.

                   Notadamente que a vida em sociedade impõe regras de conduta social, em que o indivíduo busca se educar, num processo evolutivo que o leva a se diferenciar daqueles deformados moralmente. Por isso que muitas entidades da sociedade civil, como a Igreja, a Maçonaria, o Lions, o Rotary e tantas outras, tem desenvolvido uma função nobilitante no seio social, transformando pessoas em verdadeiros cidadãos, num processo inegável de multiplicação de indivíduos com valores, os quais foram relegados por nossa sociedade, face incursões desastrosas nas políticas educacionais do País. Sentindo essa problemática, a maçonaria fez veicular esta semana um convite para um evento em Salvador, onde aparece a seguinte frase: “Quando nos melhoramos, estamos ajudando na construção de luma sociedade justa e perfeita”. O que significa dizer que é preciso caminhar nesse processo evolutivo, de tal forma a que se possa enviar pessoas dignas para cuidar do que pertence ao coletivo, sem se descurar dos direitos individuais consagrados pelo texto Constitucional, naturalmente, que longe da figura nefasta dos traidores da nação. Portanto, Silvério dos Reis ainda vive na vida de muitos brasileiros, notadamente, na daqueles que, na atividade pública ou privada, se comportam como que se o mundo fosse somente seu, ou que só ele precisa viver, ou ainda, porque ele pensa que nunca irá morrer.

Dr. Adilson Miranda de Oliveira, advogado, presidente das Comissões de Direitos Humanos, e de Direito e Prerrogativas da OAB-Ibicaraí, e Vice Presidente da Associação dos Advogados da Bahia.

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