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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

SER ADVOGADO

Onze de agosto é o dia do advogado, e é preciso que se diga que esta é uma profissão que não se confunde com nenhuma outra, por mais nobre e digna que possa ser, na medida em que certos elementos são necessários à consecução das suas prerrogativas e dos seus objetivos. Assim, não basta ser bacharel em direito, ainda que pós-graduado e com títulos de mestre e ou PHD. É preciso um pouco mais. Por esta razão, muitos fazem o curso de direito, mas, pensando em exercer outras profissões, como de delegado de polícia, juiz, promotor, escrivão de cartório, e tantas outras, face a necessidade de preparo jurídico, pois, muitas dessas profissões exigem que o candidato tenha um período mínimo de um efetivo exercício profissional.
Daí porque, para ser um advogado a pessoa precisa ser diferente, ou seja, ter dentro de si um sentimento de defensor do estado democrático de direito, das instituições livres e democráticas, do estrito cumprimento da ordem jurídico constituída, de defensor dos direitos e garantias individuais, além de profundo conhecedor dos princípios éticos e morais de sua profissão. Isto porque, embora exerça um ministério de natureza privado, sua atuação é considera como de eminente interesse público. Portanto, o verdadeiro advogado é movido por algo muito mais importante do que o simples fato de ser ele festejado por sua influência social. O que lhe dar firmeza é a manutenção da sua dignidade no exercício profissional. É saber que sua consciência não foi maculada em detrimento dos interesses da profissão e do seu cliente, de quem recebeu a outorga. Aí estão implícitos todos os valores necessários, capazes de dar ao profissional da advocacia um sentimento de confortabilidade.
Não são apenas os honorários advocatícios que causam satisfação ao advogado, ainda que muitos erroneamente assim pensem. Seguramente, que o que mais causa satisfação ao profissional do direito é verificar que ele foi capaz de demonstrar no processo toda a sua capacidade de discutir o tema, esgotando a matéria e as instâncias no interesse do seu cliente, construindo as teses de uma verdadeira ciência jurídica, sim, porque é o advogado quem faz a verdadeira Ciência do Direito. Claro que ele precisa de se sustentar, e o faz através dos honorários que percebe, mas não são eles que dão dignidade ao profissional. Costuma-se dizer que só é advogado nos dias atuais aquele que, efetivamente, se sente um vocacionado para a profissão, uma vez que, ao aceitar uma causa, o advogado se posiciona inteiramente ao lado do seu cliente, como se tivesse assumindo o seu próprio lugar, postulando os seus interesses e defendendo-o, naturalmente que dentro do permissivo legal, sem estar preocupado em saber se estar agradando ou desagradando a quem quer que seja. Saber, exatamente, até onde vai os limites de sua atuação, certamente, que requer um certo preparo intelectual e moral, este quase que só conseguido no seio familiar. Sim, porque caráter não se consegue nos bancos das escolas e nem se compra no mercado. O advogado deve ser preparado também em casa, a fim de saber se portar com honradez e dignidade.

Portanto, no dia dos advogados, convoco os verdadeiros profissionais para uma reflexão sobre tudo isso, e dizer de toda a nossa admiração e respeito ao profissional do direito, sabendo que não estás sós nessa caminhada, pois, além do apoio incontestável da nossa respeitável Instituição – a OAB, estaremos juntos sempre por uma Advocacia Livre e Independente, porque isso é o sangue que corre em nossas veias, contra a arbitrariedade, a intolerância e a prepotência de alguns.

Dr. Adilson Miranda de Oliveira, advogado, presidente das Comissões de Direitos Humanos, e de Direito e Prerrogativas da OAB-Ibicaraí, e Vice Presidente da Associação dos Advogados da Bahia.

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