Depois do fim do pleito eleitoral deste ano (28.10.2018),
todos amanheceram no dia seguinte como que tivessem acordado de um grande pesadelo
ou retornado à realidade da vida, onde estampou aos olhos de todos a
necessidade de se retomar os valores, o trabalho, o reconhecimento das pessoas,
os reais problemas institucionais e tudo aquilo que interessa à nação
brasileira, permanecendo, todavia, alguns poucos deformados que já não tem mais
jeito, pois debilitados pelo doutrinamento insano, os quais não veem o homem
mas os pensamentos filosóficos que cauterizaram suas mentes.
Diante dessa constatação, há um conclamo geral para a
conciliação, para o entendimento, para o esquecimento das ofensas ditas no
calor dos debates, para o perdão e para a retomada da vida. Destarte, tem
cabimento neste momento aquela tese sociológica, segundo a qual, o indivíduo
age em grupo movido, não só pelas suas razões, mas em virtude do pensar
uníssono da grande multidão. É induvidoso que há uma força estranha que conduz
o indivíduo a pensar e a agir com a multidão, de forma que, libertos desse “clima”,
outra não é a sua atitude, senão, retornar à sua realidade, ao seu confortável estado
de normalidade emocional, psicológico, moral e intelectual. Isto porque, a
razão nos convida à realidade da vida, vindo com ela os demais fundamentos do
nosso inconsciente coletivo, de que somos todos “irmãos”, de que não vivemos
sozinhos, mas em sociedade, de que precisamos uns dos outros para que sejamos
fortes, e tantos outros elementos.
Ora, tudo isso explica as principais razões dos atos de
civilidade demonstrados pelos que vivem nos países do primeiro mundo, como o do
respeito aos adversários, o da dignidade da pessoa humana, o de reconhecer a
vitória do seu adversário e cumprimentá-lo educadamente, e o de entender que a
nação é mais importante do que os nossos interesses individuais. Vale lembrar
ainda, que somos todos livres e que devemos sustentar as nossas instituições,
respeitando aquelas autoridades que se comportam dentro da legalidade. Aliás,
essa é uma qualidade que todos devem ter, o de respeitar e o de se submeter à
autoridade, começando desde o chefe do setor onde se trabalha, até o de quem
ocupa os poderes maiores da República, porque, também, isso significa ser uma
pessoa educada, moderada e humilde, sem se curvar e sem se submeter à vontade
dos que se sentem “todo poderosos”. Por fim, nos ensina a Bíblia Sagrada, que “toda
autoridade é constituída por Deus”, ainda que aquelas sejam suas inimigas,
porque os propósitos do Deus Vivo não são os nossos propósitos; o que Ele vê, nós
jamais conseguiremos ver; o seu entendimento está além do que a nossa mente
pode alcançar. Que o Santo de Israel tenha misericórdia de todos nós e nos dê a
paz.
Dr. Adilson Miranda de Oliveira,
é advogado, Procurador de Prerrogativas da OAB-Subseção de Ibicaraí, e Presidente
da Comissão de Direitos Humanos.
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