Nunca se viveu um momento tão delicado como o que agora se
verifica na sociedade brasileira, isto porque antes as crises eram setoriais,
mas no momento ela se generalizou e causou a degradação de tudo quanto se
construiu ao longo de centenas de anos de uma civilização e a custos muito
altos para o povo, cujos sacrifícios não estão sendo levado em conta, de tal
forma que, em nome de uma tal evolução, se tem negociado tudo, até mesmo a
nossa ética, os nossos valores, a nossa saúde e até a nossa vida.
Tudo começou com o avanço da ciência, não que ela seja ruim,
muito pelo contrário, estamos com um atraso considerável em relação ao
desenvolvimento de países do primeiro mundo, mas há de se considerar que
naqueles países não se negociou a dignidade do seu povo para adquirir o
desenvolvimento tecnológico e científico, como o que aconteceu e continua
acontecendo no nosso País, senão vejamos: tudo quanto nos foi ensinado por
nossos ancestrais e que era considerado digno, honesto, educado, respeitoso e
elegante, cedeu lugar à “esperteza”, à violência e a todas as práticas
indecentes para alcançar os objetivos traçados. Isso se dá na administração
pública, no poder legislativo e até no judiciário, cujas políticas públicas
serviram para gerar na maioria dos indivíduos um sentimento de desonestidade e
de esquecimento dos valores antes vivenciados.
Somos um povo entristecido e escravizado, ainda que as
propagandas são de somos um povo alegre, feliz e livre. Dizem que temos o
carnaval e muitas outras festas, que somos um País rico, e que vivemos um “Estado
Democrático de Direito”. Isso é mentira, pois não temos do que nos alegrar,
face o desemprego, a fome, a falta de assistência médica e estamos submetidos a
uma violência que jamais foi vista em outros tempos. Não temos uma educação
livre e respeitosa, somos escravizados com uma carga tributária pesada demais e
injusta, considerada como a segunda maior do mundo, tanto que trabalhamos
quatro meses do ano somente para pagar impostos os quais são, na sua maioria,
furtados e ou desperdiçados por gestores descompromissados com os interesses do
povo. Sequer temos uma Justiça que funcione convenientemente para punir os “ratos”
que infestaram a política nacional.
E o que é pior, estamos como que “cegos” e nos esquecemos de
tudo isso, tanto que votamos e prometemos votar nas mesmas pessoas que nos “roubaram”.
Estamos falando em “tese”, mas é isso o que está acontecendo, como o de não
confiarmos nas decisões da Justiça. Ora, é preciso que apoiemos os Juízes que
estão tendo a coragem de decidir contra os poderosos, ainda que tendo que
enfrentar as Cortes Superiores. É preciso que tenhamos mecanismos para punir
juízes corruptos, pois não basta punir políticos e pessoas comuns do povo. É preciso
que os pais de família recuperem a sua condição de poder educar seus filhos sem
a intromissão do Estado. É preciso que a escola e os professores sejam
protegidos para que tenham condições de transferir/transmitir conteúdos
educativos a seus alunos, tudo isso, sem que tenhamos que desprezar os valores
e as condutas éticas do nosso povo.
Dr. Adilson Miranda de Oliveira
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