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domingo, 28 de janeiro de 2018

A JUSTIÇA DE IBICARAÍ AGONIZA



Mesmo depois de tantos protestos, a coisa caminha “de mal a pior”, pois o Tribunal de Justiça não dá a menor importância ao clamor da sociedade nomeando um juiz titular para cuidar dos milhares de processos que estão paralisados há vários anos. Na verdade, a tristeza e o desespero toma conta dos advogados e de todos quantos precisam resolver os seus problemas e necessitam de uma justiça que funcione de verdade e não a de “faz de conta, como a que existe no momento. Só para se ter uma ideia, há processos que tramitam no Fórum de Ibicaraí há mais de 20 e até 30 anos, sem que se tenha a esperança de um dia vê-lo chegar ao fim. Isso é uma vergonha em um País que se diz “democrático de direito”. Vivemos sim uma ditadura jurídica, onde o direito não ampara o cidadão que reside nesta Comarca, sendo desigualado dos moradores das demais comarcas pela ineficiência do Poder Judiciário.
A persistir essa situação, os prejuízos financeiros e os sofrimentos das pessoas só tendem a aumentar, ganhando proporções imprevisíveis, na medida em que suas lides não são satisfeitas, gerando prejuízos incalculáveis. Aliás, essa é uma questão a ser observada por todos, além de carregarem consigo um inegável sentimento de injustiça.
Com efeito, a Justiça continua sendo muito cara, superlenta e injusta, o que importa dizer que não há justiça, porque quando ela chega, em muitos casos as partes já faleceram ou o bem já pereceu. Todavia, a sociedade integrante da Comarca de Ibicaraí continua pagando impostos caros para manter uma Justiça que não responde ao seu clamor. Muitas dessas pessoas às vezes não possuem nem o que comer, mas são obrigadas a pagar para manter uma estrutura pesada, preguiçosa e ineficiente. O julgamento de um simples inventário, o qual não tem mais do que três linhas, leva 5, 8 e até 10 anos. Assim não é possível esperar, porque as pessoas morrem e não recebem a herança que lhe foi deixada. Essa é a Comarca de Ibicaraí, quem quiser ver é só ir ao Fórum ou conversar com qualquer Advogado militante.
Ademais, ainda tem que assistir outras Comarcas funcionando plenamente, com Juízes despachando e atendendo aos reclamos da sociedade. Então, onde é que está a dificuldade para dotar Ibicaraí do mínimo de condições de funcionamento? E não se venha com a velha desculpa de que não tem Juiz disponível, porque aqui em nossa região somente a Comarca de Ibicaraí está abandonada, senão vejamos: Itororó, Itambé, Iguaí, Camacan, Coaraci e tantas outras, sem se falar nas comarcas maiores como Ilhéus, Itabuna e Itapetinga. Veja-se que em Camacan existem dois Juízes; e a de Coaraci, que é a terra da Presidente do Tribunal, possuem também dois, os quais, embora substitutos, produzem como se morassem na Comarca. A população de Ibicaraí, Floresta Azul e Santa Cruz da Vitória, precisa se levantar mais uma vez para exigir que essa gente respeite a nossa Comarca e não queiram nos discriminar.



Dr. Adilson Miranda de Oliveira é advogado, Diretor Tesoureiro da OAB-Subseção de Ibicaraí; Presidente e Procurador da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-Subseção de Ibicaraí; e Vice-Presidente da Associação dos Advogados da Bahia.

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