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sexta-feira, 26 de junho de 2015

O MOVIMENTO SINDICAL NO BRASIL

Todos sabem da real importância dos sindicatos de classes para a defesa dos interesses dos trabalhadores, na medida em que eles se organizam com pessoas que sejam membros e dirigentes integrantes de suas respectivas categorias profissionais. Esse é, sem dúvida, o grande problema que o sindicalismo brasileiro enfrenta no momento, face a intromissão indevida de elementos estranhos ao movimento, os quais tem servido para descaracterizar a legitimidade desses órgãos representativos de classe, conforme se verá.

Na verdade, tudo começa com a intromissão indevida de partidos políticos e de candidatos a cargos públicos, para descambar para outros interesses, os quais vão desde os movimentos criminosos de invasões de terras particulares e de prédios públicos, até intromissão de organizações criminosas, cujos interesses estão longe daqueles que, efetivamente, interessam aos sindicatos e seus membros natos.

Daí porque, todos sabem a razão do interesse dessa gente estranha dentro do movimento sindical, que são compra e venda de votos, manipulação dos seus filiados no direcionamento de programas partidários, lavagem de dinheiro, venda e ou distribuição de drogas, acobertamento de crimes, enriquecimento ilícito, e tanto outros.

Desta forma, a ingerência externa dentro do sindicalismo brasileiro, tem, ao logo de décadas, feito com que os reais interesses dos trabalhadores ficassem relegados e ou maculados, ora por postulações indevidas e sem o respaldo legal; ora pelos desvios de focos, os quais levam a uma evidente irracionalidade dos pleitos. O certo é que a missão de um sindicato é lutar por benefícios para os trabalhadores, mas o que se tem visto, na maioria dos casos, é uma mistura de interesses que tem causado indignação até mesmo para aqueles que não são filiados, não só pelas razões acima esboçadas, mas diante da má gestão que se verifica com os recursos que são pagos pelos trabalhadores. Tem gente ficando muito rico desviando dinheiro de sindicato, como é o caso de um, em que o diretor flagrado fez a seguinte ameaça: “Olha, se você fizer alguma coisa contra a gente, a gente incrimina você e não precisa nem de prova, prova a gente cria, porque a gente compra todo mundo”. Nesse mesmo sindicato, que tem sede no Rio de Janeiro, uma família governava há quase 50 anos, como se fosse donos, cujos cargos, em sua maioria e num total de 15, eram ocupados por parentes do diretor, onde sua mulher ganhava R$22.000,00 (assessora especial da presidência); seu filho R$22.000,00; a irmã R$23.000,00; a mãe R$10.000,00; e pasmem, os diretores ganhavam entre R$50.000,00 e 60,000,00, além de utilizarem de um “cartão corporativo”, aqueles que as grandes empresa dão aos seus executivos e que o Governo Federal utilizava no governo Lula. Nesse sindicato a Justiça interviu e acabou com a farra.


E o que se dizer das quadrilhas “legitimadas” que invadem fazendas? Aqui na região tem um desses líderes que, segundo dizem, possui três caminhonetes cabine duplas, importadas, além de um patrimônio invejável. É por isso que as disputas nas eleições sindicais despertam tanta gente, algumas delas deveras violenta, onde crimes quase que insolúveis tem acontecido, como foi o caso do sindicato dos rodoviários em Salvador; São Paulo – com 16 assassinatos nas duas últimas décadas; e os tiroteios em Recife; e em Criciúma - Santa Catarina. Essa é só uma amostra do que acontece no meio sindical no Brasil, do que se conclui que o setor carece de uma interferência muito séria, inclusive, para permitir que o cidadão possa optar por ser livre, filiando-se a sindicato se assim o desejar, como lhe assegura a Constituição da República, direito esse não é respeitado nem mesmo pela Justiça, quando reconhece a obrigação dos produtores rurais de pagar uma tal “CNA – Confederação Nacional dos Agricultores), uma espécie de órgão que congrega os sindicatos.

Dr. Adilson Miranda de Oliveira, advogado, presidente das Comissões de Direitos Humanos, e de Direito e Prerrogativas da OAB-Ibicaraí, e Vice Presidente da Associação dos Advogados da Bahia.

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