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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

CULPA QUE CONDENA


O Brasil atravessa um momento de muitas dificuldades, face o afrouxamento das regras de conduta do nosso povo, o que tem refletido sobremaneira na vida das Instituições da República, notadamente, porque são ocupadas e dirigidas por esse mesmo povo. É comum se ouvir as seguintes frases: “cada povo tem o governo que merece”, ou “é assim mesmo, os nossos dirigentes são tirados do meio do nosso próprio povo”, ou “quando o Brasil foi descoberto e colonizado, Portugal mandou para aqui o que tinha de pior em sua sociedade, como prisioneiros políticos, criminosos, assaltantes, estupradores, dentre outros, como forma de se livrar deles”, e ainda, “nosso povo é uma miscigenação de raças e culturas, brancos, negros e índios, logo, não poderia dar outra coisa”. E assim cada pessoa, principalmente os tidos como intelectuais, tem uma explicação para os desvios de caráter daqueles que não se comportam bem à frente da gestão pública e nas relações interpessoais.
Pois bem, analisando-se os escândalos de corrupção que se tem visto na grande mídia nacional, chegou-se à seguinte conclusão: muitas pessoas são inegavelmente corretas em suas atividades particulares, todavia, quando são eleitas para gerir a administração pública, se descaracterizam por completo, confundindo o que é do povo com o que é seu, mentindo, roubando, estuprando, e praticando toda a sorte de crimes. Note-se que ele jamais teria um comportamento deste se tivesse ficado laborando na atividade privada.
É induvidoso que se trata de uma anomalia gestada no descuido da educação familiar – afrouxamento das regras domésticas, de forma que muitos desses exemplares passaram a povoar tanto o legislativo, com a edição de normas dissociadas da boa técnica e dos bons costumes; como o Executivo, cheio de vícios e mazelas de difíceis reparações; e por fim o Judiciário, que hoje deixa aflorar situações que envergonham a nação, não só com a desfaçatez de gastar desregradamente o orçamento público, mas pelos constantes flagrantes de desrespeito às Leis do País, a fim de satisfazer interesses inconfessáveis de projetos criminosos de poder – decidindo o que é da competência originária do legislativo e retardando ou deixando de se pronunciar sobre matérias de reais interesses do povo brasileiro.

Destarte, é urgente a volta da educação do passado, naturalmente que com a retirada dos seus exageros, mas, sobretudo, para aviventar rumos e colocar o sistema educacional do país no seu devido lugar, devolvendo à escola e ao professor a autoridade que governos esquerdistas se ocuparam de destruir. Quem respeita e ama esse País de verdade e deseja o bem do seu povo, seguramente que compreende cada um dos conceitos acima e tem a verdadeira dimensão do que significa ser um povo livre, evoluído e civilizado.



Dr. Adilsom Miranda de Oliveira é advogado, Vice Presidente da Associação dos Advogados da Bahia, tesoureiro da OAB-Subseção de Ibicaraí e presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-Subseção de Ibicaraí.